Deitada em minha cama, escutando uma boa música e de olhos
fechados nada pode me atingir. Minha imunidade está alta, respiro fundo e me
liberto de todas as coisas que me entristecem.
A cada nota, um arrepio. A cada palavra, um sentimento bom. Isso me faz
parar e pensar um pouco. É minha maneira de organizar os pensamentos e
equilibrar a alma.
Já estive perdida, confusa e relutante. Minha alma já esteve
escura, sem brilho ou sequer apresentava um traço de esperança. Pessoas
querendo pregar ideias fúteis alegando serem certas, mas o céu delas estava
cheio de nuvens carregadas e erros mascarados.
Fui abençoada com o
poder de sobreviver e por vezes acredito em milagres.
Agora nada mais me atinge, pois aprendi a confiar em mim e a ver as
coisas de outro jeito, talvez de maneira mais sútil e leve.
Hoje conto nos dedos as pessoas em que confio e amo. Meu
amor é infinito e aquele que o tem é cheio de sorte. Eu não quero me machucar, há tanto nesse mundo
que me faz acreditar. Minhas alegrias eu faço e ninguém pode tirar o meu
direito de ser feliz como sou e isso já está claro - eu espero.
Não é egoísmo, mas sim uma batalha interna que venho
trabalhando há alguns dias. Minha mente desenha grandes palcos e montanhas coloridas
comigo no topo, mas também desenha abismos escuros e sombras daquilo que um dia
eu fui ou serei. E ela continua
desenhando e rabiscando...
Sou apenas um ser humano e lavarei a culpa se for preciso.
Eu sei que sou melhor do que isso, mas só não me deixe sozinha e fria. Apenas
não me deixe ir, me ajude a dizer quem eu sou porque já não consigo mais. Antes
de eu desaparecer, sussurre em minha orelha algo que me faça lembrar...
Corações e pensamentos vão embora, mas eu continuo aqui.
Deixe minha luz brilhar dentro de mim.
Só
conheço minha mente, eu sou minha e pego um pouco de mim se precisar.